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Histórico

Através da linha do tempo, você pode acompanhar, levando em conta o contexto sócio-histórico e cultural dos povos que se fizeram presentes na região a chegada dos primeiros colonizadores na região do vale do Itapicuru e a construção dos primeiros currais e engenhos; a presença indígena; a chegada dos jesuítas e franciscanos; a formação da vila de Nossa Senhora de Nazaré de Itapicuru de Cima; a saga dos Garcia d’Avila e dos Dantas e a fazenda engenho Camuciatá; os mucambos e casas de santo e o surgimento do povoado do Manco. Entre os contextos históricos principais elencamos fatos que registram acontecimentos importantes para a compreensão da história local, da Bahia e do Brasil.

Linha do Tempo

Cronologia Histórica da Vila de Itapicuru, Fazenda Engenho Camuciatá e Povoado do Manco.

1573 - Ainda no século XVI, aproximadamente no ano de 1573, os índios foram vendo suas terras serem invadidas pelos homens da família Garcia D’avila, ocasião em que desceram de Tatuapara e foram chegando no vale do Itapicuru e tomando posse das sesmarias concedidas sem limites pelo rei de Portugal. É nesse período que as terras dos “muitos potes”, o Camuciatá, uma das mais preferidas dos tupinambás pela enorme quantidade de fontes e riachos naturais deixa de ter uma função comunitária e coletiva e passa a ser uma propriedade privada com fins lucrativos

1600 - Partindo da Casa da Torre e margeando o rio Subauma, Inhambupe, Itapicuru e Real Real a rota da principal Estrada das Boiadas já existia em 1600 com avanço dos Garcia d’Avila, desde o último quartel do século XVI, para o vale do Itapicuru e Rio Real. Até o princípio do século XVIII tinha seu curso passando por Itabaiana, em Sergipe.

1602 - Notícias de um dos primeiros grandes mocambos formado na Bahia estabelecido em Itapicuru.

1636 - O governo exterminou um quilombo em Itapicuru e quatro anos depois em Rio Real.

1648 – A área onde hoje está situada a Vila Velha já era ponto de passagem das boiadas e nela já tinha sido assentada em 1648, pelos homens da Casa da Torre, em um dos locais mais altos da região, distante cerca de uma légua e meia do rio, uma pequena capela de taipa, coberta de palha, sob o orago da santíssima virgem de Nazaré. Essa localidade passou a se chamar Vila Velha.

1689 - Criação da missão indígena de Itapicuru de Cima, pelos franciscanos, tendo como padroeiro Nossa Senhora da Saúde, ficando conhecida como Missão da Saúde.

1698 - Elevação da capela em louvor a Nossa Senhora de Nazaré a freguesia curada, com o nome de Nossa Senhora de Nazaré de Itapicuru de Cima, passando a ter vigário definitivo. Antes disso a Missão da Saúde tinha como orago Nossa Senhora da Conceição da Saúde da Missão.

1711 – A chamada Estrada Real das Boiadas já havia aberto outra rota, além do caminho por Sergipe, rumo aos sertões de Jeremoabo e Jacobina, na Bahia, e até além do São Francisco já penetrando nos sertões do Piauí

1728 - Criação da vila de Nossa Senhora de Nazaré de Itapicuru de Cima, em 28 de abril do referido ano, conforme parecer sobre a criação da vila existente no Conselho Ultramarino, do ano de 1726, em Lisboa.

1730 - Nesse ano o padre Antônio Monteiro Freire dirigiu carta ao vice-rei do Brasil, fazendo referência, pela primeira vez, às águas medicinais de Itapicuru.

1752 - Alvará de confirmação de sesmaria concedida a Baltazar dos Reis Porto, trisavô do Barão de Jeremoabo concedida por D. José, rei de Portugal.

1754 - Compra das terras do Camuciatá no dia 15 de outubro de 1754 por Baltazar dos Reis Porto, trisavô do Barão de Jeremoabo, a família de Garcia d’Avila.

1776 - Compra das terras da fazenda Mucambo que pertenceram à Casa da Torre fazendo parte das sesmarias doadas a partir do final do século XVI pelo rei de Portugal aos Garcia d’Avila. Foram adquiridas pela tia trisavó do barão, Maria Leite de Souza e seu marido Manoel Alves Aranha, 1 já com o nome de fazenda Mocambo. Esse casal era antepassado do médico Pedro Ribeiro de Araújo, último proprietário da fazenda antes de começar a se tornar um povoado a partir de 1912.

1827 - O capitão mor João d’Antas buscou colocar em prática o projeto de expansão de suas terras, solicitando a demarcação do aldeamento da Missão de Nossa Senhora da Saúde, desejando o capitão, que havia adquirido as terras da fazenda Oiteiro e Coqueiro, onde fundou o engenho São João do Catu, saber até onde iriam os respectivos limites, tendo para isso escrito um ofício à coroa requerendo que mandasse demarcá-la. Atendido, fez-se a demarcação, fincando-se quatro marcas de pedra com as iniciais S.A, onde podemos localizar uma até os dias atuais no limite entre a fazenda Mamão e o povoado da Serra Velha.

1827 - A ação dos fazendeiros contra os índios da missão de Nossa Senhora da Saúde com o objetivo de se apossar de suas terras motivá-los a escrever um documento ao governo imperial contra o capitão mor João d’Antas dos Imperais Itapicuru reclamando da sua ação.

1829 - Governo da província ordena a criação de um estabelecimento para banhos públicos nas fontes da Missão da Saúde, situada a um quilômetro da Vila de Itapicuru.

1831 - Nesse ano se deu a transferência da sede da vila de Itapicuru da Vila Velha para o sítio onde hoje se encontra a cidade, exatamente no mesmo local onde se situava o aldeamento dos franciscanos chamado de Missão da Saúde.

1832 - A sede do antigo Fervente foi construída para abrigar uma Casa de Banho aproveitando as águas termais descobertas no subsolo de Itapicuru no começo do século XIX. As obras foram concluídas em 1832 sob a administração da família Dantas.

1834 - A missão da Saúde foi extinta certamente por conta da incompatibilidade da vizinhança com a nova sede administrativa da vila de Itapicuru ter se transferido para o mesmo local em 1831.

1847 - José Dantas Itapicuru, irmão do capitão-mor João d’Antas dos Imperiais Itapicuru, dono do Camuciatá, foi nomeado diretor-geral dos índios da comarca, tendo ficado no cargo até o ano de 1862.

1848 - Ano da destruição por um incêndio de um grande convento dos franciscanos que existia na Missão da Saúde. Geralmente o convento ficava localizado do lado da capela missionária.

1869 - A capela e o antigo convento de Itapicuru foram substituídos por igreja mais moderna que só ficou pronta aproximadamente em 1869 quando o então vigário da freguesia, Pe. Antônio Agripino da Silva Borges, acelerou a construção do novo templo religioso.

1872 - Transferidas as imagens da antiga igreja da Vila Velha para a nova sede da freguesia de Nossa Senhora de Nazaré de Itapicuru de Cima, no dia 08 de março de 1872, ficando a antiga como capela curada

1874 - Ano de ingresso de Antônio Conselheiro em Itapicuru, que vindo do Ceará, sua terra natal, percorreu o sertão do Nordeste, pelo vizinho estado de Sergipe, atravessou o Rio Real e penetrou na Bahia.

1874 / 1876 - No povoado de Rainha dos Anjos Antônio Conselheiro restaurou uma capela em duas fases.

1876 - No dia 06 de junho foi preso Antônio Conselheiro em Itapicuru.

1882 - Antônio Conselheiro e seus seguidores ajudaram na restauração do cemitério de Itapicuru.

1882 - Foi edificada uma capela na fazenda Mucambo sob a invocação de São João Batista, por Antônio Conselheiro. O Mucambo se refere à fazenda que deu origem ao município de Olindina e que pertenceu ao médico dr. Pedro Ribeiro de Araújo, falecido em 1912.

1887 - O barão de Jeremoabo abriu uma estrada ligando a sua fazenda engenho Camuciatá até a estação de trem em Timbó (Esplanada). Essa estrada ficou conhecida como “Estrada do Barão” e com a chegada do trem até o ramal de Timbó, inaugurado em 1887 passou a ser o local onde descia com a família vindo da Estação de São Francisco em Alagoinhas e de lá rumava pela estrada que foi batizada com seu nome a cavalo e carro de boi para o Camuciatá.

1892 - O cônego Antônio Agripino da Silva Borges benzeu a igreja de Vila Rica (atual Crisopólis), construída por Antônio Conselheiro. Na época o povoado fazia parte da vila de Itapicuru e foi o primeiro local em que o líder messiânico começou a concretizar seu projeto, tendo fundado o arraial de Bom Jesus onde levantou casas, uma praça, construiu um barracão para abrigar romeiros e começou a construir uma capela, erguendo um cruzeiro em frente, por volta de 1892.

1894 - Inauguração do sobrado do Camuciatá, construído pelo Barão de Jeremoabo, no dia 10 de março. A obra foi iniciada em 1888 e levou seis anos até a sua conclusão.

1923 - Defesa da tese à Faculdade de Medicina da Bahia por Dr. Adriano Pondé sobre as águas minero-medicinais de Itapicuru, no dia 30 de outubro.

1928 - Visita do governador da Bahia Francisco Marques de Góes Calmon a Itapicuru e a fazenda engenho Camuciatá para a inauguração da estrada que liga Barracão, atual Rio Real, ao município de Itapicuru.

1932 - Invasão de Lampião a fazenda Camuciatá, no dia 20 de agosto.