Nossa História
O Instituto Museu do Nordeste Barão de Jeremoabo (IMNBJ) foi criado em 09 de maio de 2009, com o objetivo de preservar a memória histórica e cultural do sobrado construído pelo Barão de Jeremoabo, em 1894 e de todo o acervo museológico, composto por móveis, santos, quadros, louças, objetos de uso pessoal do barão e de sua família, artefatos de couro, peças do engenho de açúcar, dentre outros objetos. Também compõem o acervo do museu, livros que pertenceram aos proprietários da fazenda e documentos manuscritos do século XVIII ao XX.
Além da edificação da casa grande do senhor de engenho, o IMNBJ abrange a área territorial da propriedade, onde está localizado o sobrado. Esse espaço, por ter sido palco de importantes acontecimentos da história da Bahia e do Brasil se tornou um sítio histórico, caracterizado também como um museu a céu aberto. O Camuciatá, que na língua tupinambá significa “muitos potes”, foi habitado por índios tupinambás e depois pelos Kiriris. No período da colonização, por volta de 1573, os Garcia D’Ávila, da poderosa Casa da Torre, ocuparam aquelas terras e passaram a ser os seus proprietários. Em 15 de outubro de 1754, o português e procurador da Casa da Torre, Baltazar dos Reis Porto comprou o sítio a D. Inácia de Araújo Pereira, viúva do coronel Garcia de Ávila Pereira e lá instalou um curral e um engenho de açúcar. A partir daí a propriedade passa a pertencer à família Dantas e permanece em sua posse até os dias atuais.
É responsabilidade do IMNBJ preservar a memória dos fatos históricos que lá aconteceram e divulgá-los para a sociedade, contribuindo para o conhecimento da história e cultura da região. Alguns acontecimentos merecem destaque como: a instalação do quartel de Santo Antônio, no engenho; a passagem do general Pedro Labatut e a saída de tropas comandadas pelo capitão-mor João Dantas dos Imperiais Itapicuru, para Cachoeira e cidades de Sergipe, para lutar contra os portugueses na Guerra da Independência da Bahia. Registramos também a visita dos viajantes alemães Johann Spix e Von Martius, naturalistas e botânicos, que exploraram o interior do Brasil em uma expedição científica, viajando do Rio de Janeiro ao Amapá entre 1817 e 1820, passando pelo Camuciatá; e a invasão do bando de Lampião à fazenda, em 1932. Desde a sua criação, o Instituto, através de aulas, visitas guiadas e publicações, tem buscado contar essa história.
Os aspectos da cultura material e imaterial dos índios que habitaram a região e dos africanos que lá chegaram também são valorizados pela Instituição. Nesse sentido, fazem parte do seu acervo, gravações e filmagens das mais diversas manifestações culturais dos afrodescendentes e dos caboclos que habitavam a região, como: o samba de roda, a zabumba, as rezas e beberagens, as festas de sanfona, as histórias de trancoso, o aboio do vaqueiro, versos e cantigas, dentre outros.
Crédito:
Foto Mapa do Roteiro da viagem de Spix e Martins: http://institutospixmartius.com.br/sobre_spix_e_martius_e_a_expedicao